quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Nunca gritei tanto em silêncio!
Que aflição esta de ninguém ouvir.
Ouvia os meus próprios gritos na minha cabeça,
Via fantasmas, pessoas desconfiguradas, cortadas aos bocados.

Vi-me a mim deitada, toda de branco, com uma vitrine por cima.
Vitrine essa que não embaciava por já não haver ar dentro de mim.
Já não havia oxigénio que me fizesse voltar,
Não havia força que me erguesse dali
Porque não respirava!

E sem respirar apercebi-me de que não estava mais ali.
Apercebi-me de que era só um corpo morto, sem vida.

Mas Eu continuava ali, ainda que transparente, e sentia tudo de todas as formas.
Continuava a sentir,
Continuava a gritar,
Continuava a não querer ser só aquilo.

Continuava a querer ver-me, a querer sentir a minha respiração.
Estava no meio da vida e da morte.

Acordei e vi que não era um sonho.

Sou eu essa pessoa que vive sem saber viver,
Que não respira mesmo sabendo respirar
E que não sente nada, mesmo sabendo sentir.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Nova ilusão que me persegue.
Noites infinitas de desespero e sofrimento, de dor.
Pesadelos a todas as horas que passam.
E eis aqui explícito o resumo de uma vida sem vida.

Eis o que sou sem o ser,
Eis o que passo sem passar,
Eis o que me persegue sem perseguir.

Porque aquilo que sou, aquilo que passo e aquilo que me persegue,
Não passa de uma mera ilusão
Uma ilusão sem rumo, sem nada.

Pinto essas ilusões que de nada me servem!
Pinto-as para as não ter em mente!

É tão bom poder compartilhá-las com a tela!
Aquela que me "ouve" e não me julga,
Aquela que dá cor, ainda que negra, à réstia de sentimento que ainda possuo,
Aquela que me faz comunicar com o mundo exterior.

Porque de resto, para que sirvo?

domingo, 6 de março de 2011




A música, mesmo sem letra, diz tudo!

Assim como nós! Não é preciso nenhuma palavra para explicar o quão vasta e indomável é a nossa alma. A melodia que corre dentro de nós, não aquela que nos faz dançar, mas sim aquela que nos destrói, não precisa de palavras, não precisa ser explicada... Precisa de ser ouvida!

A melodia silenciosa que nos envolve, essa sim, é digna de ser ouvida, pois possui o imaterial peso da solidão no meio de outros.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011


Um sentido subjacente de contagem regressiva
Um ritmo profundo
Um dia que passa, um mês que passa, um ano que passa...
Um ano que passa, anos e anos passaram... de vida enegrecida devido à "manada de feras" que existe dentro de mim, que comandam a minha vida, os meus impulsos e obsessões. Não passo de uma simples marioneta.

Umas bolinhas pequeninas de várias cores, todas elas com as suas funções. Se ingeridas em exagero, matam.

Um brilho de lâmina que desperta em mim uma miscelânea de sentimentos: de dor e alegria.
O metal pisca-me o olho repetitivamente, para pedir a possibilidade de travar de uma vez toda a dor, e para saborear uma eternidade.
De ombros descansados, em plena paz de espírito. Então aqui o meu pulso pára. Rápido e gentil.