quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Nunca gritei tanto em silêncio!
Que aflição esta de ninguém ouvir.
Ouvia os meus próprios gritos na minha cabeça,
Via fantasmas, pessoas desconfiguradas, cortadas aos bocados.

Vi-me a mim deitada, toda de branco, com uma vitrine por cima.
Vitrine essa que não embaciava por já não haver ar dentro de mim.
Já não havia oxigénio que me fizesse voltar,
Não havia força que me erguesse dali
Porque não respirava!

E sem respirar apercebi-me de que não estava mais ali.
Apercebi-me de que era só um corpo morto, sem vida.

Mas Eu continuava ali, ainda que transparente, e sentia tudo de todas as formas.
Continuava a sentir,
Continuava a gritar,
Continuava a não querer ser só aquilo.

Continuava a querer ver-me, a querer sentir a minha respiração.
Estava no meio da vida e da morte.

Acordei e vi que não era um sonho.

Sou eu essa pessoa que vive sem saber viver,
Que não respira mesmo sabendo respirar
E que não sente nada, mesmo sabendo sentir.

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