sexta-feira, 10 de dezembro de 2010


Vivo no passado, destruo o presente.

Tenho arame farpado à minha volta

Vejo a vida de longe, a sofrer, a sangrar.

A minha vida não se resigna, não permite acordos de paz

A minha vida não se justifica e só faz aquilo que muito bem lhe apetece.

A vida mata.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Reflectir sobre a possibilidade de pensarmos o futuro é uma tarefa complexa e um desafio que nos obriga a (re)pensar a vida.

Estou demasiado ocupada com o presente. Vivo um presente intenso, auto-destruidor, nostálgico, caótico… Portanto, no meu ponto de vista, nada há para reflectir sobre o futuro. E reflectir sobre o futuro seria reflectir sobre o desconhecido. O autoconhecimento é essencial para poder combinar conhecimento, experiência e talento a fim de atingir o pico do desempenho. E na vida, poucos aproveitam a oportunidade de realizar essa espécie de análise, para poder atingir um futuro promissor e sonhado por muitos. De nada vale imaginar que no futuro irei ser um simples médico ou um simples trolha. Arriscar para vencer, também significa arriscar para perder, por isso a coragem e a confiança são das componentes mais importantes para enfrentarmos o futuro que imaginamos para nós. Mas quando há falta dessas duas componentes no nosso subconsciente, não há nada que possamos fazer para pensar num futuro, seja ele promissor ou não. A minha mente está cheia de nada, e incapaz de pensar num futuro para mim. O que fiz no passado e o que faço no presente, mudou a minha vida para sempre. É preciso muito tempo para nos tornarmos a pessoa que queremos ser… mas o tempo é curto.

Para mim o futuro é como um tabuleiro de xadrez. Nenhuma partida é igual e a principal peça, o “Rei”, sou eu, a peça que luta para nunca se encontrar em “cheque mate”. Tenho uma “Rainha” que me protege com toda a força e todos os movimentos possíveis. Os peões, os bispos, os cavalos e as torres, são as restantes peças do tabuleiro, a que chamo de “minha vida”. Comparo essas peças, às pessoas que me acompanham no presente, sejam familiares ou amigos. São essas peças que me acompanham enquanto vou entrando futuro adentro, são elas que me protegem com os seus movimentos característicos. Mas na realidade, a peça mais importante continuo a ser eu, o “Rei”, que não dependo só de mim para me manter no caminho, como é óbvio, mas sim de todas as peças que me rodeiam. Um passo em falso, e lá cai mais um peão da minha vida, ou que deu a vida para me proteger. Mais um passo se segue e lá vai mais um peão… Lá vai mais uma peça de tabuleiro, ou alguém importante da minha vida. Há também aquelas peças, com as quais conto para me ajudarem a progredir até ao futuro que eu sonhei, mas um passo em falso, querendo tombar uma peça adversária, sujeita-se a deixar-me em “cheque” e fazer-me desviar do meu objectivo. Não preciso dessas peças na minha vida, peças com obsessões de tombar quem está do outro lado, preciso sim, daquelas que são capazes de me proteger, e me deixar progredir com o meu “jogo” até atingir o meu fim, o meu objectivo. Mas será que tenho objectivos?

Durante todo este percurso, passei, passo e/ou passarei por vários “cheques”. Ou por um bom jogo dos adversários, ou por más decisões minhas ou das peças que me rodeiam. Mas “cheque”, não significa tombar, significa que terei que escolher outro caminho para fugir do “cheque mate”. Como num jogo de xadrez, a vida tem que ser levada com inteligência. E esta inteligência não faz parte de mim, porque vivo acorrentada ao passado e ao inferno do presente, logo não possuo qualquer réstia de capacidades para pensar em perspectivas futuras. Isso seria o inferno. Acho que sei o que o inferno é. O inferno é acordar todos os dias acreditando que todo o sofrimento que temos na vida, tem algum significado. E se encararmos isso, aprenderemos lições valiosas. Mas a verdade é que, às vezes o que sofremos não tem nenhum significado. Somos marionetas num jogo doentio de hipóteses aleatórias. Caos. O meu inferno, é o silêncio. O tipo de silêncio que faz os ouvidos vibrar. Eu odeio o choro. Adoraria um pouco de silêncio.

A depressão é a incapacidade de construir um futuro. E tenho ido por este caminho tão longe só para descobrir que ele termina.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

"O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto."

"De resto, com que posso contar comigo? Uma acuidade horrível das sensações, e a
compreensão profunda de estar sentindo...Uma inteligência aguda para me destruir, e um
poder de sonho sôfrego de me entreter...Uma vontade morta e uma reflexão que a embala,
como a um filho vivo..."

Bernardo Soares, in Livro do Desassossego

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Porque é que este sonho estúpido
a que chamam realidade
não me obedece como os outros
o que trago na cabeça?

Eis a minha grande raiva!
Misturem-na com rosas...
E chamem-lhe vida!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Acho que sei o que o inferno é. O inferno é acordar todos os dias acreditando que todo o sofrimento que temos na vida, tem algum significado. E se encararmos isso, aprenderemos lições valiosas. Mas a verdade é que, às vezes o que sofremos não tem nenhum significado. Somos marionetas num jogo doentio de hipóteses aleatórias. Caos. O meu inferno, é o silêncio. O tipo de silêncio que faz os ouvidos vibrar. Eu odeio o choro. Adoraria um pouco de silêncio.

domingo, 5 de setembro de 2010

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Desfrutando dias intermináveis de dor, penso sistematicamente no dia em que deixarei de a sentir. Para isso, terei que acabar com a vida. Mas a melhor forma
de acabar com a vida, é vivendo!
Porque viver é sofrer,
É não estar bem nunca
É não ter controlo
É ser dominada todos os dias por uma força maior
É magoar-me...
É querer mudar e não conseguir.

E estou dependente daquilo que me faz viver... mas o que me faz viver, destrói-me!


quarta-feira, 28 de julho de 2010


Olhei pela janela do meu quarto,
sem qualquer esperança, e vi!
Vi a lua. Vi a lua e sorri.
Porque apesar de estar só e rodeada pela escuridão da noite,
ela continua a aparecer.
Continua a brilhar.
Continua a fazer-me sorrir.
Ela é o brilho da noite.
E não aparece só para alguns. Aparece a todos!
Dá voltas e voltas à Terra, sempre passando nos mesmos locais e não se cansa.
Porque, afinal, ela tem uma função...
Como tudo!

domingo, 25 de julho de 2010

Cá estás tu outra vez, transtorno da réstia da alma que ainda me possui,
Como uma manada de feras, que devora este pedaço de nada - eu -.

Eu amo-te e odeio-te.

Pensei que fosses a resposta quando eu estava cansada, triste, infeliz, ansiosa, solitária e com ódio de mim.
Mas eu não sabia que tinhas a tua própria missão, de levar as coisas devagar, até que eu não conseguisse desistir mais de ti.
Tu és a minha maneira de me enganar a mim mesma.
Agarras a minha vida e contigo a levas!
Porque o teu objectivo é a minha morte!
Brincas com a minha cabeça.
Não me deixas entender os meus próprios pensamentos,
Não me deixas confiar neles.

Mas eu amo-te e odeio-te!

Tiras-me a auto-estima.
Escondes-me da minha família, amigos e de todos os que amaram e cuidaram de mim.
Fechas-me em casa,
Isolas-me, para que eu me entregue totalmente a ti.
Fazes-me sentir culpada pelas minhas acções.
Assombras o meu mundo e fazes-me pensar que não há nada de errado com ele.
Sentas-te. Abraças-te a mim e progrides.
Progrides até ao ponto de eu chorar de todas a vezes que estás comigo.
Tu desesperas-me.

Porque eu amo-te e odeio-te!

Tornaste-te o meu mundo, a minha compulsão, a minha rotina diária.
Fazes parte de mim.
Destróis-me.
Mas eu continuo a ouvir-te,
Continuo a deixar que me abraces,
Que me possuas.
Continuo a entregar-me a ti.
Fazes-me sentir horrível.

E eu amo-te e odeio-te.

Começaste a destruir o meu corpo.
Fazes com que tudo me magoe.
Tiras-me o coração,
Tiras-me a racionalidade,
Tiras-me a identidade,
Tiras-me a vontade própria.

Só que eu amo-te e odeio-te!!!

Diriges a minha vida.
Fazes com que a minha obsessão por ti seja cada vez maior.
Tiras-me o controlo.

Mas... eu amo-te e odeio-te.






sexta-feira, 23 de julho de 2010

Relação conflituosa com o meu ego, que me persegue desesperadamente todos os dias da minha irrelevante existência, como se de um fantasma se tratasse.
Não sei quem sou. Não sei o que faço. Limito-me apenas a "obedecer", como uma marioneta, ao demónio que me comanda.
E, sem saber se vivo ou sobrevivo, passo estes dias sem fim apenas a existir, como se fosse um grão de areia num deserto, uma gota de chuva num dia de inverno, ou uma pedra no caminho de alguém. Ou seja, um objecto.
Um objecto que existe à deriva, ao sabor da dor, angústia, medo, pânico.
Eu não era assim.
Aprendi a sê-lo.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Esta ausência do querer viver, é uma tortura mortal... e pensar em acabar com a minha ridícula vida, é como um aquecimento da alma, alimenta o espírito o facto de eu ter a noção que posso ser eu a comandar isso... porque nada neste mundo me torna necessária. Nem útil. Porque estou cansada de contemplar aquela em que me transformei. E a única coisa que realmente possuo, é um coração cansado de bater sem sentido.

domingo, 11 de julho de 2010



Aqui estou eu. Fechada no quarto dias sem fim. Está tudo tão escuro, frio, triste.
Navego sem rumo, perdida no meu mundo, sem saber para onde ir, o que fazer, o que pensar. Resta em mim uma mente desconsciencializada, perdida também. E que a minha solidão me sirva de companhia. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim sentir como se estivesse plena de tudo.

Preciso de uma das pessoas mais importantes de toda a minha vida. A pessoa que me faz mais falta e que não está presente. Preciso, mas preciso muito mesmo! A pessoa que me ensinou a abrir asas e voar sobre tudo o que me parecia morto e sem volta a dar... A pessoa que sentia, fazia e via tudo da mesma forma que eu! A pessoa que me conhecia melhor que eu própria!
Volta por favor! Onde quer que estejas! Por favor! Eu não consigo passar por isto sozinha, sem ti! Torna-se cada vez mais insuportável esta dor. É angustiante! E eu não estou a aguentar com este peso todo! E sem ti não dá para continuar nesta vida de ilusão, a preto e branco. Estou completamente sozinha! Completamente desesperada! Não sei mais o que fazer! E assim, nada vale a pena. Esta dor não vai passar nunca!
O meu limite ténue quebrou, como se de repente o mundo ficasse sem pessoas e eu fosse a única a existir... sim, porque é exactamente isso que sinto! Estou perdida de tudo e de todos!

sábado, 10 de julho de 2010

Rascal Flatts - Why



Uma palavra: Porquê?!!!!

Emilie Autumn - The Art of Suicide



" A arte do suicídio
Camisolas e cabelo
Cachos voando de onde
A dor muito pura para esconder
Pontes dos Suspiros
Significou esconder mentiras do amante
Sob os arcos
Do luar e do céu
De repente fácil
Para contemplar porque
Por que ...

Porque viver uma vida
Isso é pintado com piedade
E tristeza e luta
Porque sonhar um sonho
Isso é manchada com problemas
E menos do que parece
Por que se preocupar se incomodar
Apenas para um poema
Ou uma outra canção triste a cantar
Porque viver uma vida
Porque viver uma vida

A arte do suicídio
Bonita e limpa
Transmite uma cena teatral
"Ai, eu vou embora!" ela chorou
Os tornozelos indicaram
Melodramaticamente previsto
Sob os arcos
Do luar e do céu
De repente fácil
Para contemplar porque
Por que ...

A vida não é como Gloomy Sunday
Com uma segunda final
Quando as pessoas são perturbadas
Bem, eles devem ser perturbado
Porque há uma história
Isso deveria ser ouvido
A vida não é como um domingo sombrio
Com uma segunda final
Quando as pessoas são perturbadas
Bem, eles devem ser perturbado
Porque há uma lição
Que deveria realmente ser aprendida

O mundo está cheio de poetas
Nós não precisamos de mais
O mundo está cheio de cantores
Nós não precisamos de mais
O mundo está cheio de amantes
Nós não precisamos de mais ... "

Todos os dias acordo e tenho que levar com a minha figura ridícula reflectida no espelho. "Espelho meu, haverá alguém mais feio do que eu?" Pergunto-me. Duvido. E é assim que digo "Bom dia" ao mundo, sem ânimo algum, e me preparo par mais um dia cinzento e vazio, apesar do sol radiante que está. Se for na verdade o que eu sou, só farei a todos mal. Porque a vida é vivida lá fora, além dos meus limites. Perco-a no abismo. Por mais que a veja, por mais cores que tenha, não consigo tocar-lhe. É bom quando a consigo ver através dos meus limites ténues. Mas este sentimento é efémero. Porque logo volto à realidade da minha escuridão, do vazio e do silêncio que me invade. Por isso prefiro estar sempre assim, neste estado de latência, de hibernação constante.
Refugio-me no nada, porque o que me invade, é nada! Eu sou nada! Toda eu sou isso mesmo - nada!
Quem me dera poder fartar-me de estar assim! Quem me dera poder deixar esta melancolia que a todo o tempo me invade e não sei de onde vem! Mas, paradoxalmente, é por possuí-la, que ainda sinto que "existo".

Deixem-me ser abraçada pelo nada, que para mim é tudo!
Deixem-me ser levada pelo labirinto medonho, como se fosse uma folha à deriva, que o vento vai levar na direcção correcta! Porque sim! Porque a minha direcção é a oposta à que chamam de "vida".

Mas eu não posso querer morrer, porque eu não existo. Sou uma ilusão.

"O suicídio é apenas um momento (...). Durante um momento apenas, não interessa que haja pessoas que gostam de nós, que o sol brilhe e que estreie no fim-de-semana um filme que andamos ansiosos por ver. De repente ocorre-nos que nada se resolverá nunca, nunca, e desafiamo-nos: Isto é tudo? Começamos a pensar que sempre soubemos que isto viria a acontecer, mas não sabemos se será hoje o dia. E se pensarmos demasiado, provavelmente não é. Mas desafiamo-nos. Pegamos numa faca e carregamos suavemente sobre a pele, olhamos para baixo através de uma janela de um décimo nono andar e pensamos: podia fazê-lo agora. Podia fazê-lo agora. E, a maior parte das vezes, vemos aquela altura e ficamos com medo, ou pensamos nas pobres pessoas que vão lá em baixo no passeio - e se houver garotos a tentar esquecer aquela coisa terrível que os obrigaríamos a ver? E o momento passa. Pensamos como teria sido triste se nunca chegássemos a ver aquele filme, e olhamos para o nosso cão e perguntamo-nos quem tomaria conta dele se desaparecêssemos. E voltamos ao normal. Mas aquilo permace-nos na mente. Mesmo que nunca aceitemos o desafio, fica-nos o consolo de saber que podemos escolher o dia. Guardamos aquilo no cérebro como se guarda um rebuçado amargo na bochecha, e a recordação ácida que ele deixa, o prazer áspero de passar a língua sobre esse terreno estranho, é exactamente o mesmo."

Caes de Babel
Carolyn Parkhurst

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Abraçada a um silêncio ensurdecedor. Fechada sobre mim mesma. E sobre mim mesma mais quatro paredes se fecham. Amarram-me como se eu fosse delas, não me deixam ver o mundo lá fora. Mas será que existe mundo lá fora?
Solidão, escuridão, palavras desnorteadas invadem a minha cabeça vazia, oca, escura, demente! Porque toda eu sou feita de nada. Se consideram a solidão, escuridão e as palavras desnorteadas os meus demónios, então toda eu sou feita de demónios! E como poderei livrar-me deles? Como poderei fugir de mim mesma? Como será a minha vida sem os meus demónios? Ia ser feliz? Mas alguém me perguntou se queria ser feliz? Assim como alguém já me perguntou se tenho medo da morte? Não!

Posso tentar enfrentar o mundo. Posso até conseguir. Mas é preciso querer, ter força. E a única coisa que eu tenho é vontade de desaparecer juntamente com o escuro, frio e vazio da minha mente doente, que me acompanhou todos os míseros dias da minha ridícula "vida".
Só quero fechar os olhos, adormecer para sempre.
Deixem-me escapar desta dor e de toda a miséria que me rodeia! Deixar todas as dúvidas e recriminações derreterem como o gelo no final da primavera. Quero deixar a escuridão abraçar-me, envolver-me, engolir-me ou vingar-me. Quero que me proteja do mundo e de mim mesma. Que me leve para longe daqui para um lugar distante onde eu possa ser livre, ou então, que me deixe dormir para sempre.